O que está acontecendo com as novelas?

03/02/2009
Fonte: Reprodução
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De uns tempos pra cá, emplacar uma novela anda complicado. A Globo sofre desde o final de "O profeta" nas seis. No horário das sete somente três novelas atingiram a meta de quarenta pontos nesta década: "Uga uga", "Da cor do pecado" e "Cobras & lagartos". No horário nobre, a queda é livre desde "Senhora do destino". Mas não me venham dizer que é só na Globo porque não é! Na Record, "Chamas da vida" demorou um pouquinho pra satisfazer os executivos da emissora. No SBT, a tarefa é mais complicada ainda desde que a concorrência fez a emissora tremer de medo. Na Band, tirando "Floribella", foi um fracasso atrás do outro. Até aí, ok. Mas onde está o problema?

Muitas histórias no ar? Acredito que não seja a questão, pois existem novelas pra todos os gostos em todas as emissoras que apostam no gênero. Muitos personagens no ar? Pode ser... Em cada novela da Globo, existem mais de cinquenta personagens, o que acarreta em milhares de tramas paralelas. Mas as tramas paralelas são histórias no ar, o que levaria à hipótese de haver atração pra todos os gostos.

Sempre os mesmos autores? Talvez não seja isso. Ano passado, a Globo estava nos seus três horários com nomes praticamente novos no meio: Alcides Nogueira, Andrea Maltarolli e João Emanuel Carneiro. E na Record tanto Gisele Joras como Christine Friedman apresentam ao público novelas com conteúdo.

Onde estará o problema da queda de audiência então???

A queda de audiência pode estar acontecendo em razão das histórias das novelas repetirem sempre as mesmas fórmulas: par romântico principal e chato, vilões que fazem sempre as mesmas maldades, personagens caricatos que deveriam ser engraçados mas são completamente desajustados, a presença de uma personagem morta mais viva do que Donatela Fontini, a história dos irmãos que não são irmãos, do pai ou mãe que não são nem uma coisa, nem outra daquele cristão que outrora davam amor e carinho, o "quem matou?" que Janete Clair criou mas que já não causa o mesmo impacto dos tempos de Salomão Ayala, a inserção de merchan social, entre outros. Mas pensando bem, se não fosse tudo isso, não existiria a novela! Então, não podemos dizer que a novela esteja perdendo audiência por ser novela! Nunca! Como nós, brasileiros que nos habituamos ao gênero, poderíamos dizer uma coisa dessas? Deve haver outro motivo para a queda de audiência... DVDs e internet. Claro, tinham que culpar a tecnologias! Muitos dirão que a culpa é do youtube, que apresenta vídeos de novelas que eram muito superiores às atuais e o pessoal assiste. Mas como assim "muito superiores"? Será que as novelas de antes eram melhores?

Vamos analisar um pouco... A novela "Alma gêmea", do Walcyr Carrasco. A maior audiência da década do horário das seis tratava de uma história de amor água-com-açúcar igual às novelas dos tempos de rádio! E isso significa que não se pode envelhecer o que é clássico, como amor para unir e intrigas para separar a mocinha do mocinho! Mas havia uma característica nessa história que precisa ser considerada: era uma trama tão fácil de ser desamarrada, mas foi tããããoooo espichada... Mais de duzentos capítulos pro Brasil inteiro chorar com a morte de Serena e Rafael no último capítulo. É, o amor ainda é capaz de fazer um ser humano chorar!

Agora, vamos pensar em Thalía - "Y a mucha honra!". Já pensou se "Marimar" tivesse duzentos capítulos para contar a história de amor de Marimar e Sérgio no Vale Encantado? Ou se "Maria do Bairro" tivesse duzentos capítulos? A história de Marta Laura na reta final seria o início de mais uma temporada da novela, que do início ao fim, foi bem dividida em fases. Mas deixemos a musa mexicana de lado e vamos pensar na querida Paola Bracho. Já pensaram se "A usurpadora" tivesse mais de duzentos capítulos como as novelas brasileiras? Imaginem Carlinhos perdido por quase duzentos capítulos... Com certeza, a TV seria desligada!

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